sábado, 30 de julho de 2011

Dinvidades de Olorum.

GIRAS DE AGOSTO

01/08
PRETO-VELHOS, BAIANOS, OBALUAIÊ
04/08 GUARDIÕES EXÚ, POMBA-GIRA, MIRINS
08/08 PRETO-VELHOS, BAIANOS, LINHA DO MAR
11/08 OGUM, YANSÃ, CABOCLOS
15/08 CIGANOS
18/08 CABOCLOS
22/08 OXUMARÉ, PRETO-VELHOS, BAIANOS
25/08 CABOCLOS, FEITICEIROS
29/08 PRETO-VELHOS, ERÊS

Rua Senador Feijó, 504 - Vila Mathias. Santos-SP








quarta-feira, 27 de julho de 2011

Anjos ou Demônios...

Doutrinados nas leis da Umbanda, os Exus e Pombo-giras são emissários, elo entre os homens e os Orixás.
Subordinados às energias superiores, são compro­missados com as leis divi­nas e estagiam em graus médios da espiritualidade, praticando o bem, caminhando na luz em bus­ca de sua própria evolução. Tri­lham no astral inferior apenas para combater o mal: desfazem feitiços, trabalhos de magia negra em pes­soas e ambientes; resgatam os espíritos malígnos e obsessores, responsáveis por separações de casais; vícios de bebidas e drogas; embaraços nos negócios; pertur­bações; discussões em família e uma infinidade de malefícios… En­caminham estes espíritos a um guardião-chefe, onde passam por uma triagem e, após se redimirem de seus erros, são batizados e preparados para cumprir sua missão, juntamente com o Exu que lhes resgatou. Esses Exus, no cumprimento de suas missões, evoluem: são co­roados e recebem, por mé­rito de seu sacrifício, a con­dição de progredirem como elementos da linha positi­va.
É comum ouvir dizer que sem Exu não se faz nada. Isso se dá pelo fato destas entidades estarem frente aos combates es­pirituais, prestando defe­sa e proteção, e não por­que são vingadores, traí­ras ou forças do mal, como a maior parte das lendas nos leva a pensar.
Entretanto cabe lem­brar, que o estágio evolutivo de Exu é inferior ao dos caboclos, baianos, pretos-velhos, etc., o que também não significa que não sejam evoluídos – ape­nas encontram-se num es­tágio abaixo. Sua energia é mais densa e sua vibração ou força de incorporação está mais próxima ou simi­lar à vibração da Terra, exi­gindo dos médiuns uma concentração diferenciada da que possam sentir ao in­corporarem um caboclo, um baiano ou preto-velho. Fato é que, quanto mais evoluída for a entidade a ser incorporada, mais sutil será a incorporação e a energia sentida. Há também de se lembrar que, quando um médium incorpora um Exu ou Pombo-gira, ele está ativando seus chackras infe­riores, e, se este médium for despreparado ou tiver conduta questionável, po­derá interferir na incorpo­ração: ele dará vazão aos seus sentimentos meno­res, transferindo para o Exu o seu tipo de compor­tamento e neste caso não há dúvidas: o médium está mistificando um ato sagra­do da espiritualidade.
Outro aspecto a ressal­tar é que esse estágio es­piritual, onde se encontra Exu, em nada o impede de trabalhar harmoniosamen­te com as entidades mais evoluídas, até porque a questão hierárquica, no Pla­no Astral, é sublimada: lá não existem disputas pelo poder, pois, todos estão conscientes de suas tare­fas e de seus graus. Bom, agora que já transcorremos de forma esclarecedora, sobre o tema, conheça mais sobre alguns guardiões e suas falanges.
Corrente dos Exus e Pombo-giras
Tranca Ruas – Falange das Almas
Tiriri – Falange das Encruzilhadas das Matas
Sete Encruzilhadas – Falange das Encruzilhadas
Meia-Noite – Falange dos Cruzeiros
Maria Padilha – Falange das Almas
Sete Saias – Falange das Encruzilhadas
Maria Molambo – Falange da Lira
EXU E A SUA FORMA ORIGINAL
Na tentativa de manter o culto aos seus deuses no Brasil, os negros escravos buscaram pontos de convergência entre a trajetória dos santos católicos e os dezesseis orixás do culto do Candomblé, mais conhecidos e tradicionalmente cultuados. Exu foi representado no sincretismo católico, pelos negros africanos, por Santo Antônio, simplesmente por questões similares como a cor de ambos e governança: o número sete, os cemitérios, encruzas e sua personalidade forte.
Este orixá foi o que mais sofreu uma perseguição sistemática, pelos missionários catequizadores, sendo associado ao Diabo. Nesta mistura de mentiras, médiuns despreparados recebiam espíritos que se passavam por Exu, dizendo que era o Demônio, fazendo com que comerciantes inescrupulosos e ignorantes criassem uma imagem de Exu, cada vez mais distorcida e tenebrosa. Exu, sobre esta concep­ção, ganhou chifre, rabo e pata de animais. Verdade é que, a forma original de Exu é humana, ele tem dois braços, duas pernas, dois olhos e uma cabeça! Os espíritos que compõem a falange de Exu são espíritos como nós, contemporâneos até. Essa associ­ação, indevida e maldosa, com o passar do tempo, foi caindo no gosto popular e na psique de pessoas mentalmente e espiri­tualmente doentes, que começaram a construir a visão irreal de que Exu é o Demônio. Diferente dos quiumbas, zombe­teiros e outros espíri­tos oportunistas, que podem mistificar os trabalhos espirituais e se passarem por Exu, cada ser humano têm, pelo menos, um casal de Exus que influenci­am permanentemente em seu destino.
esclareçamos outro mito: independe do sexo e da sexualidade do médium a incorporação de um Pombo-gira ou Exu. Isto quer dizer que um médium homem jamais terá sua sexualidade transmutada ou interferida porque incorpora uma Pombo-gira e a recíproca é verdadeira. Estas “lendas” em nada conferem com a realidade da pura espiritualidade e, pelo contrário, distorcem ainda mais a verdade dos fatos.

É mojubá.

Feitiços...

Qual a melhor defesa contra as projeções de fluido maléficos gerados por todas as formas de enfeitiçamento?

Sem duvida , é a vigilância incessante contra toda sorte de pensamentos e emoções descontroladas .Aliás , a oração , como poderoso antídoto químico espiritual , também traça fronteiras pretetoras em torno do ser humano e decompõem os fluidos deprimentes e ofensivos.Os feiticeiros tudo fazem para evitar que as pessoas enfeitiçadas sejam alertadas quando a realidade da bruxaria.Os seus comparsas desencarnados desviam do caminho das vitimas quais quer esclarecimento ou ensejos favoráveis , que possam associar-lhes doenças enfortúnios ou dificuldades á pratica de feitiço.Daí o motivo por que se crê tão pouco na realidade da bruxaria , pois na maioria doas casos , os próprios enfeitiçados ironizam tal acontecimento em sua vida.Em geral , a maioria das pessoas alega que nunca fez mal a ninguém ;e por isso , jamais seria enfeitiçado , por não MERECER tal coisa !
ENFETIÇAMENTO VERBAL , O enfeitiçamento ou bruxaria , na realidade , pode efetivar-se pela força do pensamento , das palavras e através de objetos imantados , que produzem danos a outras criaturas. O emfeitiçamento verbal resulta de palavras de criticas antifraternas ,maledicências , calúnias , traição , à amizade  , intrigas , pragas e maldições. A carta anônima e até mesmo a reticência de alguém , quando , ao falar cria desconfiança ou dúvida sobre conduta alheia , isso é um ato de enfeitiçamento . O seu autor é responsavel perante a LEI DO CARMA e fica sujeito ao '' CHOQUE DE RETORNO '' de seua bruxaria verbal. A palavra tem força , pois é o veiculo de permuta dos pensamentos do homem , os quais ainda não se entendem pela telepatia pura , conforme acontece em planetas mais adiantados.Quando alguém fala mal de alguém , essa vibração atraie ativa igual à cota dessa energia negativa nas demais pessoas que as escutam , aumentando o seu feitiço verbal como uma nova carga malévola .Assim cresce a responsabilidade do maledicente pelo caráter ofensivo de suas palavras , à medida que elas vão sendo divulgadas e apreciadas por outras mentes , atingindo então a vitima com um impacto mais vigoroso do que o de sua força original.O malefício verbal segue o seu curso , pessoa por pessoa , assim como a bola de neve ganha volume e peso quando jogada encosta abaixo.A mobilização de força é predominantemente criadora , é uma ação de feitiçaria de consideráveis prejuizos futuros para o seu próprio autor , pois as palavras despertam idéias e estas , pelo seu reflexo de '' Falar mal ''de outros , produzem a convergência de forças repulsivas , as quais se unem aos pensamentos de quem fala e dos outros que ouvem.Quando o espírito pensa , ele agita todos os campos de força que baixam vibratoriamente até atingirem seu perispirito e o corpo físico;assim projeta em todas as direções energias benfeitoras ou malévolas , criadoras ou destrutivas , segundo a natureza de seus pensamentos e sentimentos.A palavra é , portanto, a manifestação sonora , para um mundo exterior , dos sentimentos ou pensamentos gerados no plano ocultop do ser . Deste modo além de construir força duradora , ainda incorporam no seu trajeto as demais energias benéficas ou maléficas que no seu curso, ativa  e desperta nas pessoas interessadas no mesmo assunto.Aliás , é tao sutil e enfluente a palavra , que certas pessoas devido a um sentido oculto , chegam a pressentir quando alguém fala mal delas , e as deixa alerta contra algum perigo eminente .

                                        Pela palavra indenticamos o autor !

terça-feira, 26 de julho de 2011

26 de julho , (dia dos avós no brasil ) Dia de Nanã Buruquê

                                                                          Nanã Buruquê


 Mãe protetora de todos nós. Senhora das águas opulentas. Deusa das chuvas benévolas. Deixa cair sobre nós a chuva divina da tua bondade fecunda e infinita. Salubá Nanã Buruquê! Purifica com tuas forças nossa atmosfera para que possamos ser envolvidos pelos teus olhos maravilhosos. Salubá Nanã Buruquê! Salubá!

Os Fundamentos Divinos das Linhas de Umbanda Sagrada...




A Umbanda, ainda que não evidencie isso à primeira vista, é uma religião muito rica em fundamentos divinos. E, se isso acontece, é porque é nova, não foi codificada totalmente e não tínhamos um indicador seguro que nos auxiliasse na decodificação dos seus mistérios.
Atualmente, um século após sua fundação por Zélio Fernandino de Moraes e o senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, espíritos mensageiros têm transmitido-nos algumas chaves mestras que têm aberto vastos campos para decodificarmos seus mistérios e iniciarmos sua verdadeira codificação, tornando-a tão bem fundamentada que talvez, no futuro, outras religiões recorram a estas chaves para interpretarem seus próprios mistérios. Se não, vejamos:
1º) Na Umbanda, as linhas de trabalhos espirituais, formadas por espíritos incorporadores, têm nomes simbólicos.
2º) Os guias incorporadores não se apresentam com outros nomes, e só se identificam por nomes simbólicos.
3º) Todos eles são magos consumados e têm na magia um poderoso recurso, ao qual recorrem para auxiliarem as pessoas que vão aos templos de Umbanda em busca de auxílio.
4º) Um médium umbandista recebe em seus trabalhos vários guias espirituais cujas manifestações ou incorporações são tão características que só por elas já sabemos a qual linha pertence o espírito incorporado.
5º) As linhas são muito bem definidas e os espíritos pertencentes a uma linha falam com o mesmo sotaque, dançam e gesticulam mais ou menos iguais e realizam trabalhos mágicos com elementos definidos como deles e mais ou menos da mesma forma.
6º) Cada linha está ligada a alguns orixás e podemos identificar nos seus nomes simbólicos a qual dos espíritos de uma mesma linha são ligados.
7º) Isto acontece tanto com as linhas da direita quando com as da esquerda, todas regidas pelos sagrados orixás.
Com isso, temos chaves importantes para avançarmos no estudo dos fundamentos da Umbanda Sagrada até chegarmos ao âmago do mistério dos seus nomes simbólicos. Mas para chegarmos ao âmago, antes temos que saber qual é o meio ou a diretriz que nos guiará nesta busca, já que temos linhas de Caboclos, Pretos-velhos, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Exús, Pomba-giras, etc. E esta chave mestra se chama “Fatores de Deus”. Antes de falarmos sobre fatores ou sobre o que eles significam, precisamos abrir um pouco mais o leque de assuntos desse nosso comentário para fundamentarmos os mistérios da Umbanda Sagrada.
Voltemo-nos para a Bíblia Sagrada e nela vamos ler algo semelhante a isso:
- E no princípio havia o caos.
- E Deus ordenou que do caos nascesse a luz, e a luz se fez.
- E Deus ordenou tudo e tudo foi feito segundo suas determinações verbais e o “verbo divino”, realizados por sua excelência sagrada.
Identificou nas determinações dadas por Deus a essência de suas funções ordenadoras e criacionistas. Assim explicado, o “verbo divino” é uma função e cada função é uma ação realizadora.
Mas, se assim é, tem que haver um meio através do qual o verbo realizador faça sua função criadora. E esse meio não pode ser algo comum mas sim extraordinário, divino mesmo, já que é através dele que Deus realiza. E se cada verbo é uma função criadora em si mesmo, e muitos são os verbos, então esse meio usado por Deus tem que ter em si o que cada verbo precisa para se realizar enquanto função divina criadora de ações concretizadoras do seu significado excelso.
Nós sabemos que a alusão ao verbo divino na Bíblia Sagrada não teve até agora uma explicação satisfatória pelos estudiosos dela e pelos seus mais renomados intérpretes, relegando-o apenas às falas ou pronunciamentos de Deus. Mas isto também se deve ao fato de seus intérpretes não terem atinado com a chave mestra que abre o mistério do “verbo divino” mas que agora, de posse da Umbanda Sagrada, explica-nos tudo, desde o caos bíblico ao big-bang dos astrônomos e desde o surgimento da matéria até o estado primordial da criação tão buscado atualmente pela física quântica. Sim, o verbo divino e seu meio de realizar suas ações tanto está na concretização da matéria quanto no mundo rarefeito da física quântica. E está desde a reprodução celular quanto na geração dos corpos celestes.
- O verbo divino é a ação!
- E o meio que ele usa para realizar-se enquanto ação, denominamos de fatores de Deus.
Por fatores, entendam as menores coisas ou partículas criadas por Deus e elas são vivas e são o meio do verbo divino realizar-se enquanto ação, já que cada fator é uma ação realizadora em si mesmo e faz o que o verbo que o identifica significa.
- Assim, se o verbo acelerar, significa agilizar o movimento de algo, o fator acelerador é o meio usado por Deus para acelerar o movimento ou o deslocamento do que criou e deve evoluir. E o mesmo acontece, ainda que em sentido contrário, com o verbo desacelerar e com o seu fator identificador que é o fator desacelerado.
- Já o verbo movimentar, cujo significado é dar movimento a algo, tem como meio de realizar-se enquanto ação o fator movimentador. O mesmo acontece com verbo paralisar, cuja função é oposta e que tem como meio de se realizar como ação o fator paralisador.
- E o verbo abrir tem como meio de se realizar como ação o fator abridor. Já o verbo fechar, cuja função é oposta ao verbo abrir, tem como meio de se realizar como ação o fator fechador.
- E o verbo trancar, cujo significado é o de prender, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator trancador. E o verbo abrir, cujo significado é o de liberar, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator abridor.
- E o verbo direcionar, cujo significado é dar rumo a algo, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator direcionador. Já o verbo desviar, cujo significado é o de desviar do alvo, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator desviador.
- E o verbo gerar, cujo significado é fazer nascer algo, tem como meio de se realizar enquanto ação realizadora o fator gerador. E o verbo esterilizar, cuja função é oposta, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator esterilizador.
- E o verbo magnetizar, cujo significado e função é dar magnetismo a algo, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator magnetizador. Já o verbo desmagnetizar, cuja função e significado são opostos, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator desmagnetizador.
- E o verbo cortar, cujo significado e função é partir algo, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator cortador. Já o verbo unir, cujo significado e função é juntar algo, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator unidor.
Muitos são os verbos e cada um é em si a ação que significa e muitos são os meios existentes no que denominamos por fatores de Deus. Aqui, neste comentário, já citamos os verbos:
- Acelerar e Desacelerar; – Movimentar e Paralisar; – Abrir e Fechar; – Trancar e Abrir; – Direcionar e Desviar; – Gerar e Esterilizar; – Magnetizar e Desmagnetizar; – Cortar e Unir.
São poucos verbos se comparados aos muitos que existem, mas são suficientes para os nossos propósitos.
Tomemos como exemplo o verbo trancar e o fator trançador e vamos transporta-los para uma linha de trabalhos espirituais e mágicos de Umbanda, a dos Exus trancadores, onde temos estes nomes simbólicos: – Exu Tranca-ruas, ligados a Ogum.
- Exu Tranca-tudo, ligados a Oxalá.
- Exu Tranca-giras, ligados a Oyá.
- Exu Sete Trancas, ligados a Obaluayê.
- Exu Tranca Fogo, ligados a Xangô.
- Exu Tranca Rios, ligados a Oxum.
- Exu Tranca Raios, ligados a Yansã.
- Exu Tranca Matas, ligados a Oxossi.
Se o verbo trancar significa prender, e se o fator trancador é o meio pelo qual ele se realiza enquanto ação, então todo exu que tenha em seu nome simbólico a palavra tranca é um gerador desse fator e que, quando o irradia tranca algo, certo? E se tomarmos o verbo abrir e o fator abridor, temos uma linha de trabalhos espirituais e mágicos de Umbanda, a dos Exus abridores, onde temos estes nomes simbólicos:
- Exu abre tudo – ligado a Oxalá.
- Exu abre caminhos – ligado a Ogum.
- Exu abre portas – ligado a Obaluayê.
- Exu abre matas – ligado a Oxossi.
- Exu abre tempo – ligado a Oyá.
E se tomarmos o verbo romper, aqui não citado, e o fator através do qual sua ação se realiza, temos estas linhas de trabalhos espirituais e mágicos:
- Ogum rompe tudo – ligado a Oxalá.
- Ogum rompe matas – ligado a Oxossi.
- Ogum rompe nuvens – ligado a Yansã.
- Ogum rompe solo – ligado a Omulú.
- Ogum rompe águas – ligado a Yemanjá.
- Ogum rompe ferro – ligado a Ogum.
E temos linhas de Caboclos e de Exus com estes mesmos nomes:
- Caboclos e Exus rompe tudo.
- Caboclos e Exus rompe matas.
- Caboclos e Exus rompe nuvens.
- Caboclos e Exus rompe solo.
- Caboclos e Exus rompe águas.
- Caboclos e Exus rompe ferro.
Muitos são os verbos e cada um tem um meio ou fator através do qual se realiza enquanto ação. Por isto, afirmamos que a Umbanda é riquíssima em fundamentos e não precisa recorrer aos fundamentos de outras religiões para explicar suas práticas ou os nomes simbólicos dados aos Orixás, que são as divindades realizadoras do verbo divino ou as suas linhas de trabalhos espirituais e mágicos, que são manifestadores espirituais dos mistérios do verbo divino. Se atinarem bem para a riqueza contida no simbolismo da Umbanda Sagrada, poderão dispensar até as interpretações antigas herdadas do culto ancestral aos Orixás praticado em solo africano, porque Deus, ao criar uma religião, dota-a de seus próprios fundamentos divinos e espera que seus adeptos os descubram e os aplique a sua Doutrina e práticas, aperfeiçoando sua concepção do divino existente nos seus mistérios.
Saravá.

Prosa de um Preto-Velho ...

 
Certo dia Preto tava atendendo seus fio como sempre faz e um rapaz de aparência cansada pergunta pra preto : Pai não consigo entender porque tanta coisa acontece comigo; tanta desgraça , tanta traição , cheguei a pensar que DEUS não olhava para mim , mais depois me arrependi e vim aqui nos pés do senhor para ouvir uma palavra amiga .
- Se esse fio já ta com remorso então acho que já sabe o resto da prosa , né fio ?
* Descupe Pai , não consigo entender o que o senhor quer dizer .
- Esse fio não ta arrependido de blasfemar contra Zambi ?
* To sim meu Pai ... Tô muito arrependido 
- E por que esse fio tá arrependido ?
* Porque sei que ele é bem meu Pai , deve ter algum motivo para isso estar acontecendo comigo .
- He He He se esse fio já sabe disso quê que Preto vai dizer ?
* O senhor esta certo Paizinho , mais acho que no fundo quero saber como saio dessa situação .
- Fio não sabe que esse Zambi mandou esse fio nascer pra resolver as pendengas lá de trás ?
* Sei sim Paizinho , é carma não é ? 
- Isso .Se esse fio quer que  Preto dê conseio , Preto dá ...Mas pra cumpri esse fio vai ter que deixar esse coração menos pesado vai ter que vê oportunidades de fazer bater diferente, fio .Sabe essa muié que faz tanto vós sofrer ? Sabe aquele seu amigo que te enganou ? Sabe aquele antigo chefe que te pois na rua ? Então fio , óia bem pra eles respira bem fundo e perdoa eles . Mas esse perdão não pode ser da boca para fora , tem que ser lá do fundo , do coração .Se esse fio conseguir perdoar a todos , pra cada perdão sincero que fio fizer um desses carmas que fio falou vai sumir e uma lágrima de faliciadade desse Preto vai escorrer ...
                                                                    Nego Véio

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Por que pedimos SILÊNCIO no terreiro ?

Atento para o que você fala.Boas palavras são as que edificam , elevam e agradam.Mas palavras são as que destroem , rebaixam e machucam.O que sai da boca é força criadora , Providas de Deus , os Orixás são grandes criadores e se expressão também pelo som .A palavra é portanto , um dos meios de manifestações do divino na terra , e quando proferida passa a produzir efeitos ; não há como fazê-la retornar.Por isso ao adentrar um terreiro de Umbanda , pense antes de falar .Pense novamente e evite excessos , pois muitos antes de sua chegada os falangeiros dos Orixás já estao organizados , em nível astral , todo o aparato necessário para providenciar o socorro e a cura dos espíritos doentes e sofredores.Os meios necessários para a defesa desse '' HOSPITAL DE ALMAS'' , são ativados com a finalidade de conter os ataques trevosos que a casa irá receber antes , durante e depois das sessões.Portanto , não seja o porta voz das sombras , trazendo desarmonia para o ambiente .Facilite o trabalho não jugando nada , não dando opinião , ou melhor , adotando uma postura imparcialidade diante do momento existencial e da dor de cada um .Como você mesmo sabe do seu passado , então deve vigiar os seus pensamentos e as suas palavras e atitudes.Deve regarse pela verdadeira e pala sensatez , regular o tom de voz , falando mais baixo e ser delicado com as pessoas. Médium trabalhador é seu dever transmitir paz , certeza , carinho e alegria aos que chegam .Tudo o que você fala precisa ser digno de ser ouvido por nós do '' lado de cá '' singelos obreiros dos orixás.

'' Lembre-se sempre disso e fale aos outros como se estivesse falando direto a Deus ao pisar em um terreiro de Umbanda''

                                      Um EXÚ nas trevas a serviço da LUZ !

Ervas da Umbanda...

A Umbanda antiga, cultivando seu forte lado do africanismo , aliado á Cultura indígena uma profunda conhecedora de ervas e do seu emprego. 
Hoje muita coisa se perde e varias são as interpretações dadas.
As plantas podem ter usos medicinais e religiosos. Nos cultos afros existem sacerdotes especializados no conhecimento e uso das plantas e seu uso religioso.
Usa-se chamar as matas sagradas na Umbanda de macaia. 
Cada orixá te sua folha e a pessoa encarregada de colhê-las deve estar livres de impurezas, de sexo, bebida e saber a hora de apanhá-las, os dias da lua, ervas noturnas colhen-se a noite e as diurnas durante o dia, observe tambem como os efeitos que as mesmas desenvolvem diante dessas exigências ritualísticas. 
A colheita das ervas tem um determinado ritual. Na umbanda geralmente é ensinado por um guia ou mentor. Segundo suas características cada planta ocupa um espaço no mundo vegetal.Devemos observar que nosso País é imenso e determinada erva tem vários nomes dependendo da localidade. meceremos aqui algumas ervas e seus orixás respectivos.
Em geral todas as plantas que contem espinhos que ardem queimam formigam ou provocam coceira são pertencentes a EXU.

ABRE CAMINHO - banho, erva de Ogum e Exu.
ALECRIM - planta de Oxossí, usada em banhos de Amaci, em defumações, Amuleto afasta os fluidos negativos e atrair proteção. 
ALFAVACA - banho de purificação erva e Oxalá e Xangô - usado na defumação para afastar espíritos obsessores e atrair proteção.
ALFAZEMA - evita influencias negativas e limpa espiritualmente pessoas e ambientes. 
ARRUDA - usada em amuletos - figas - banhos de descarga, coroação de médiuns na umbanda, usado na casas contra mal-olhado, afasta 
maus fluídos e projete contra magia-negra.
BOLDO - banho pertence à Oxalá.
CIPÓ CRUZ - usado em banhos e defumações, afasta fluídos maléficos e espíritos obsessores.
ERVA CIDREIRA - possui a virtude aumentar a intuição, favorecendo o desenvolvimento mediúnico. 
ERVA SANTA - também carqueja é de Inhasã.
ESPADA DE INHASÂ - banho. Limpeza de casas, pertence à Inhasâ.
ESPADA DE SÃO JORGE - banho de descarga e amaci, seca e usa-se para defumação contra magia negra.
ESPADA DE OGUN - Ogun, banho usado também, como proteção em casas. 
AMORA - Exu e Omulu.
ARGELIM - AMARGOSO (MORCEGUEIRA) - Exu, banho. Casca banho de descarrego.
BRINCO DE PRINCESA - Exu, banho de descarrego.
CARDO SANTO - Exu, aplicada na limpeza de casas.
CATINGUEIRA - Exu, banho de descarrego.
FEDEGOSO - Exu, aplicada na limpeza de casas.
HORTELÂ - PIMENTA - banho, anula negatividade de maus fluídos.
MAMÃO BRAVO - Exu, banho de limpeza e descarrego.
JUÁ - banho e limpeza de casas.
JURUBEBA - banho de descarrego (Ogum).
JUREMA PRETA - banho para tirar obsessores (Exu).
MANGUEIRA - Xangó, banho de defesa.
PAU D"ALHO - banho de descarga, os galhos para limpeza de casas (Exu).
PIMENTA DE MACACO - assentamentos (Exú).
PINHÃO BRANCO - banho, quebra demanda, olho gordo, feitiçaria, (Exu).
PINHÃO ROXO - Exu, uso igual ao pinhão branco. Os galhos para limpeza de casa.
AÇOITA CAVALOS - Ogun, banho de descarrego,limpeza de casas.
ARNICA - banho de limpeza. Usado medicina popular para contusões.
ARUEIRA - Exu, Ogun, obrigações banhos de descarrego, limpeza de casas.
LOSNA - banho de limpeza e descarrego.
SÃO GONÇALINHO - Ogun, usada em todas as obrigações, banho de defesa, descarrego, limpeza de casas.
BABOSA - depois de seca, usada como defumação.
PEREGUN - limpeza de casas, descarrego. Ogun.
COLÔNIA - Iemanjá, Amaci, obrigações.
JASMIN - flores usadas em banhos para conquistas amorosas.
PATA DE VACA - Iemanjá, banho de descarrego.
AVENCA - Nanã, Amaci.
ERVA CIDREIRA - Nanã, Amaci.
ESPINHEIRA SANTA - Omolu, banho de descarga.
MANJERICÃO ROXO - Omolu, Amaci.
VELAME DO CAMPO - Omolu, sacudimento para saúde, obrigação. Amaci.
CAMOMILA - Cosme e Damião, descarrego.
BAMBÚ - defumação.
ROMÂ - banho de descarga, Obaluaê.
CRAVO DA ÍNDIA - banho e defumação (Exu).
GIRASSOL - Oxalá, banho flor, defumação (sementes)
LIRIO BRANCO - Oxum (banho)
CABELO DE MILHO - Obaluaê
VASSOURA PRETA - Nanã 
ROSA BRANCA - Yemanjá
ROSA AMARELA - Oxum
ROSA VERMELHA - Pomba Gira
CRAVO BRANCO- Exú
CRAVO VERMELHO - Ogum
FOLHA DE BANANEIRA - Yemanjá
FOLHA E RAMOS DE CAFÉ - Preto Velho
FOLHA DE CANA - Preto Velho
PIMENTA DEDO DE MOÇA - Exú
SABUGUEIRO - Oxossí
ERVA DOCE - Oxossí
FOLHA DE LARANJEIRA - COsme e Damião
GUINÉ - Ogum
CRISANTEMO - Cosme e Damião




Espero que isso ajude vocês. Saravá, boa segunda-feira.
Hoje tem gira no divindades de Olorum!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Um dia, num terreiro de Umbanda...

Era dia de gira. O terreiro já estava todo limpo e preparado. 

Os médiuns responsáveis pela limpeza daquele dia conversavam alegremente.

A dirigente e as mães pequenas já haviam feito todas as firmezas e podiam agora se juntar aos demais médiuns para um entrosamento maior. 

O ambiente era tranqüilo e feliz. 

Duas horas antes do início efetivo da sessão começaram a chegar os demais médiuns pertencentes a Casa.

Uns mais efusivos que outros como ocorre em todo grupo, todos se cumprimentam alegremente.

Faltando uma hora para o início dos trabalhos é iniciada a palestra destinada a assistência e médiuns.

Com a palestra já quase no fim, eis que chega Dora, médium de pouco mais de três meses na Casa. 

Entra quieta e apressada, cumprimenta os irmãos de corrente com um “Oi” geral, um sorriso amarelo e vai direto para o vestiário trocar de roupa. Alguns médiuns se entreolham sem saber o porque daquela irmã nunca se entrosar com eles. 

Chega sempre em cima da hora da sessão, nunca se oferece para ajudar na faxina do terreiro e nem participa das obras assistenciais. Mesmo quando é sessão de desenvolvimento, entra muda e sai calada. 

Essa atitude dela vem já causando algum desconforto entre alguns médiuns, que resolvem, com a “melhor das boas intenções” perguntar a Mãe no Santo, faltando menos de 15 minutos para o início da sessão, se ela não sabe o porque desse “descaso” para com os irmãos e para com a própria Casa.

A Mãe no Santo responde: 

- Deixem a Dora em paz... ela tem compromissos previamente assumidos que a impedem de estar mais tempo junto de nós. Isso não significa que ela não gosta da Casa ou de nós. Por que ao invés de ficarem especulando não tentam colocá-la mais a vontade em nossa Casa?

Mas Rodrigo é curioso... e dispara: 

- Mas Mãe, nem quando ela chega aqui ela fala com a gente direito... Entra muda e sai calada. Assim fica difícil fazer amizade com ela.

- Ela é tímida. Não lhe passou pela cabeça que a sua forma de aproximação pode assustá-la ou afastá-la? Menos julgamento, meu filho e mais amor... 

Rodrigo não gostou da resposta da Mãe, mas silenciou pois o olhar dela lhe disse que o assunto estava encerrado, até porque a sessão já ia começar.

- Vão para dentro do terreiro... diz a Mãe. Preciso me preparar.

Rodrigo vai para dentro do terreiro determinado a descobrir os “tais compromissos” e se Dora era realmente tímida ou antipática. Afinal, ele trabalhava tanto, fazia tanto pela Casa limpava, fazia faxina, chegava cedo no terreiro, participava das aulas, palestras, sessões de desenvolvimento... e tinha o mesmo tratamento que Dora? Recebia da Mãe o mesmo sorriso, a mesma atenção... Não achava justo isso. Ia dar um jeito de mostrar para a Mãe que ela estava sendo condescendente demais com aquela médium tão inexpressiva e indisciplinada.

Começa a sessão... os trabalhos transcorrem normalmente. Dora incorpora pela primeira vez o seu Caboclo... Saúda o Caboclo chefe e diz ao Caboclo da Dirigente:

- Esse Caboclo tá muito satisfeito com o que seu aparelho vem fazendo com minha filha. Ela precisa de muita orientação e amparo. Não permita que turvem os olhos e o coração do seu aparelho com maledicências...

O Caboclo chefe responde: 

- Pode ficar tranqüilo. Meu aparelho já sabe.

Ao ver que Dora havia incorporado, Rodrigo sente aumentar ainda mais a sua inveja... e pensa “Agora que ela vai ter mais atenção mesmo... se sem incorporar nada já recebia atenção... agora então...” Rodrigo tenta em vão escutar o que os Caboclos estão dizendo. A sua ansiedade não permitiu que ele mesmo incorporasse seu enviado de Oxoce. Desequilibrou-se e acabou ficando sem receber as irradiações maravilhosas de seu guia, que tenta exaustivamente chamá-lo a razão, dizendo a seu ouvido:

- Meu filho, reflita no real motivo que se empenha tanto em ajudar na Casa. É por humildade ou para “aparecer”. A Mãe tem que zelar por todos igualmente e é óbvio que irá se preocupar com os que mais necessitam. Abranda o teu coração e sossega teu pensamento para que possa fazer o que devia ser o teu primeiro objetivo aqui... praticar a caridade servindo de aparelho para mim e a tua Banda toda...

Mas nada... Rodrigo não lhe dava ouvidos. A corrente da Casa já havia anulado a ação dos espíritos trevosos que circundavam o terreiro, mas eles encontravam dificuldade em afastar alguns pois estavam encontrando ressonância de sentimentos em Rodrigo que estava com a “guarda aberta”.

O Caboclo Chefe, Sr. Pena Branca, foi avisado pelos guardiões o que estava se passando. Ele olhou Rodrigo que de tão cego que estava não percebeu o olhar do Caboclo. O sr. Pena Branca avançou em direção a Rodrigo que cantava pontos sem prestar a menor atenção a o que estava acontecendo a sua volta, pois o seu olhar estava fixo sobre Dora incorporada. Quando deu por conta, Sr. Pena Branca estava na sua frente... e falou:

- Curumim! Presta atenção na gira e não em médium. Presta atenção ao seu guia...

- Mas eu não estou sentindo a vibração dele... acho que não vem hoje...

- Ele está do seu lado! Sempre! Ele tem compromisso com você e com a Casa. Você é que está preocupado com coisa que não é para se preocupar e nem saber. Coisa que não deveria ser do seu interesse. Cuida do teu e do que veio fazer aqui!

Ato contínuo eleva a mão sobre a testa de Rodrigo sem tocá-la buscando cortar o elo de ligação com os espíritos trevosos que desta feita insistem em atuar no mental de Rodrigo.

Rodrigo fecha os olhos e balança suavemente para frente e para trás... o Sr. Pena Branca dá o seu brado e o Caboclo Flecheiro incorpora em Rodrigo.

Os dois conversam. O Sr. Pena Branca pede que seja enérgico com Rodrigo. Que o oriente a deixar os assuntos que não sejam de sua alçada fora de seus pensamentos. Que não seja intransigente com os irmãos, que controle a sua curiosidade e julgue menos. Que veja todos os irmãos iguais e que se conscientize do seu papel dentro do terreiro e dentro da Umbanda.

O Caboclo Flecheiro promete que irá continuar trabalhando mas que Rodrigo tem o seu livre arbítrio e pede ajuda nessa tarefa. O Sr. Pena Branca promete interceder também.

Iniciam as consultas e o trabalho transcorre com tranqüilidade.

Ao término da sessão Dora é só sorrisos. Feliz por haver incorporado pela primeira vez o seu Caboclo, quase corre para perto da Mãe e a abraça agradecida.

- Mãe, obrigada! As suas palavras ontem me deram novo incentivo, nova vida. Renovaram o meu desejo de crescer, estudar, evoluir. Fiz tudo direitinho conforme a senhora orientou e hoje vi que não estou louca... Cheguei aqui hoje ainda com um pouco de medo. Mas... Ele existe mesmo e a sensação é maravilhosa. Aqui é a minha Casa por que é a Casa Dele. Além do mais, hoje quando fui fazer a entrevista de emprego, me saí tão bem que já começo a trabalhar na segunda-feira e terei mais tempo para me dedicar ao Centro e aos estudos da espiritualidade.

A Mãe sorri e responde:

- Viu minha filha? Todos nós passamos por isso, sentimos esse medo, essa insegurança... só que alguns esquecem que um dia foram inseguros e tiveram seus problemas também.

Nesse momento a Mãe lança um olhar significativo para Rodrigo que abaixa a cabeça envergonhado.

Dora acompanha o olhar da Mãe e vê Rodrigo. Dirige-se a ele sorrindo e com os olhos cheios de lágrimas, diz:

- Rodrigo, você me ajuda? Gostaria muito de ajudar na limpeza de nosso terreiro e em todas as tarefas disponíveis, agora que arrumei outro emprego e não trabalho mais em dia de sessão. Como posso fazer? Falo com quem? Você sempre foi tão prestativo e atencioso comigo... pode me ajudar?

Felizmente a excitação de Dora não permitiu que ela percebesse o quão desconcertado e envergonhado Rodrigo estava, pois ele ouvira na íntegra a conversa entre o seu Caboclo e Sr. Pena Branca e agora ouvia aquilo... 

A Mãe no Santo sorri. Mais uma lição havia sido aprendida por aquele filho tão querido. Ela volta-se para o Congá e sorri ao olhar a imagem de seu Caboclo e em pensamento diz: “Obrigada Pai! Obrigada Umbanda pela oportunidade do aprendizado constante!”





Boa quarta-feira. Saravá.

Egrégora ...

... A CORRENTE QUE SUSTENDA A UMBANDA .
Todo médium certamente ja ouviu : '' OLHA A CORRENTE , GENTE VAMOS CONCENTRAR !''
voce sabe o que isso significa ? o que é essa tal de corrente ? , Será uma corrente de ferro ou de fibras que forma no invisível ?, Será uma corrente que vai prender os espíritos ? Será ?Será ?Será ?Será ? ...
Na verdade quando um dirigente chama a atenção para a ''corrente'' é porque ele sentiu uma queda ou diminuição na energia ambientao (EGRÉGORA) que deve ser mantida pelos Mediuns em um potencial elevado , de forma a manter os trabalhos em nível elevado , até mesmo por uma questão de auto-preservação .
Exemplo : Vamos considerar um grupo de 20 pessoas a partir do principio de que todas estão unidas por um mesmo ideal. Isso é a base de tudo !
Criada a EGRÉGORA como já vimos acima (pela união dos pensamentos direcionados aos mesmos fins).Cada vez mais energias de mesmo sintonia são atraídas para o ambiente .
Essas energias somadas atuam imediatamente nas pessoas que ali estão e em alguns casos , se for bem forte ja começam a operar alguns ''milagres'', desde que as pessoas estejam em estado de recepção (concentradas no ritual e ansiando por receberem um bem ). As entidades afins ( aqui estou falando de seres espirituais ) penetram e até são atraídas para o interior .Entidades inferiores tendem a ser barradas por uma força invisivel ( a energia) que a principio é incompatível com suas vibrações ( isso se tudo estiver correndo bem ).Se uma força inferior for atreída paa dentro da EGRÉGORA ela fica subjugada pela força desta e desse modo se consegue lhe dar um melhor encaminhamento para outros planos espirituais .
A técnica usada em nosso terreiro e nos demais para formar a EGRÉGORA inicial está baseada nos rituais de abertura . Em outras religiões acontece de forma parecida: câmticos e pregações para que todos voltem seus pensamentos a DEUS .
Se você for um estudioso e não carregar preconceitos , notará que nessas '' PREGAÇÕES '' há sempre um direcionamento do raciocínio dos ouvintes de forma a fazê lo pensar positivamente e acreditarem fimermente na possibilidade de alcançarem os bens que foram procurar .Nesse momento , embora nem saibam às vezes , estão formando uma EGRÉGORA .Fazer com que as ASSISTÊNCIA participe ativamente , pensando positivamente , deve ser parte dos objetivos a serem preseguidos , pois hoje mantem-se alheios , até em conversas fúteis , a não ser em alguns momentos de preferência quando enchergam de acordo com os seus interesses.
Dessa EGRÉGORA como já disse, são retiradas as energias para a realização dos trabalhos, o que vale dizer que se essa energia não for forte o suficiente, o mínimo que pode acontecer é acontecer nada. Por outro lado, se a CORRENTE ou EGRÉGORA das "GIRAS" não for suficiente, várias complicações podem acontecer com o passar do tempo, sendo que o dirigente, por ser o centro maior das atenções e para quem convergem as trazidas pelos assistentes, é quem sofre, por assim dizer, as maiores consequencias dos trabalhos (MEDIÚNICOS) realizados sem a devida segurança.
 AS COMPLICAÇÕES :
1 - MÉDIUNS  não conectados positivamente com suas entidades provocando incorporações atisfatórias e insegurança.
2 - PERTURBAÇÕES  por intromissão de entidades do baixo astral que encontram entradas fáceis nestes casos.
3 - PROBLEMAS  com médiuns e/ou assistência com relação até mesmo a integridade física (na gira ou fora dela)
4 - CANSAÇO FÍSICO  ao final dos trabalhos pela perda energética sofrida e não resposta em razão de a EGRÉGORA (corrente) não estar harmonizada.
Complicações que podem ocorrer com a continuidade dos problemas :
- Efraquecimento crescente dos contatos entidade/medium .
- Corpo mediúnico cada vez mais inseguro.
- Dificuldades crescentes para a realização dos trabalhos.
- Problemas começam a surgir na vida materal de todos .
- Discórdias entre o grupo começam a gerar desentendimentos maiores.
- Formam-se grupos dentro do grupo dividindo ao invés de somar .
- Doenças e dificuldades começam a aparecer .
- Como os contatos espiritos/ médium já não são positivos , torna-se difícil ou impossível a solução de prblmeas que antes eram nada (ai não raramente começam a se consultar em outros lugares).
- Sintetizando: todos serão altamente prejudicados por seus próprios atos , e desunião e como ocorre normalmente , ao final elegerão sempre um culpado ou o dirigente ou a própria UMBANDA .
Ainda sobre nossa EGRÉGORA é necessario que explique que ela também deve ser formada e nutrida com a energia gerada em casa reunião , também é favorecida pelo respeito ao conga e assentamentos , alem de oreções , velas ao anjo da guarda e banhos de limpeza e reenergizantes .
Observe o seguinte :
- Energia positiva : Atrai energia positiva (o inverso também vale )
- Pensamentos :(que geram energia ) Positivas atraem energias e fatos positivos (ou negativos...)
- Medo : Insegurança e discórdias quebram a rotina da criação e da ação de energia positiva .
- : (certeza , convicção ) Provoca sempre a criação de energia e quanto maior for , maior será a ação dessa energia .
- Egrégoras : (correntes) São energias que podem ser geradas e fortalecidas a cada dia .Se elas serão positivas ou negativas dependerá de nós .
- Egrégoras : (se positiva) Serão de validade total em qualquer reunião para trabalhos mediúnicos .Quanto mais fortes , maior o auxílio que podem presta .
- Egrégoras :Formam-se até mesmo em suas casas , seus ambientes de trabalho , Etc.(direcionemo-las positivamente).
- Grupos desunidos : Por mais forte que seja o dirigente , estarão a um passo da derrota por haver um ambiente propício para a persença de verdadeiros Espíritos - guias .
 ... A DISCIPLINA E A UNIÃO EM TORNO DE OBJETIVOS COMUNS SÃO PARTES SÓLIDAS DA BASE QUE MANTERÁ NOSSO TEMPLO ONDE CONTINUARÁ COMPARECENDO SEMPRE NOSSOS VERDADEIROS AMIGOS ESPIRITUAIS . 

Salve a nossa Banda .

Cerca...

Tenho pensado muito sobre a postura da consulência em relação a Umbanda.
Concomitantemente, os médiuns também têm mostrado sua frustração ao atenderem esses consulentes com os guias e quando chega a hora dos Orixás, que sob qualquer prisma em que analisemos são os condutores dos trabalhos dos Guias. (Sem Orixás não há trabalho de Guia), ao olharem para a assistência, não encontram ninguém ou quando encontram, são parentes ou amigos do médium que os aguardam porque vão juntos embora.
Tento mostrar que a Umbanda é uma religião e devemos dentro do templo nos portar como manda a boa educação, achando que todos deveriam ficar até o final da Gira, pois é o que fazemos quando vamos a templos de qualquer outra religião.
Pense que as pessoas precisam desenvolver a religiosidade ao invés de crer que a espiritualidade vá fazer algo por alguém só porque este alguém está pedindo.
Já desolado e sem acreditar que isso mudará, sentado ao pé do Congá, olhava lá no fundo as cadeiras arrumadas para a próxima reunião, o templo vazio, eu ali sozinho, a pensar...
As correntes que separam a consulência do espaço mediúnico, a porteira... Pensei:
- Será que devo tirar essas correntes? Tirar a porteira? Integrar todos ao ritual? Bem, seria algo ousado e inovador! Eis que pensando nisso percebo a presença de um amigo espiritual...
- Filho, porque tanta pergunta?
- Me ilumine, o que acontece? Até quando será assim?
Semana após semana, dezenas de pessoas sentando ansiosas naquelas cadeiras a espera de um milagre, sem um mínimo de esforço deles, querem se enganar que vocês vão fazer algo por eles sem ao menos eles se movimentarem em fazer por merecer?
- Filho, quem disse que não vamos fazer algo?
- Vão?
- Sim, sempre fazemos!
- Então... Bem, não sei mais com pensar, se vocês agem como empregados dessa gente que não quer se modificar...
- Quem disse que não se modificam?
- Modificam?
- É certo que sim..
- Filho, quando você ainda era um menino travesso, fazia suas estripulias e acabava com isso quebrando algumas regras e seu pai esbravejando vinha te repreender, você dava a verdadeira atenção ao sermão dele?
- Não, senhor. Respondi envergonhado.
- No entanto, sabia muito bem do seu erro, não é?
- Sim..
- E assim você foi vivendo, de acertos e erros, de lágrimas e risos, de decepção e alegrias, não é?
- Sim...
- Seu pai contribuiu de que forma na sua formação conceitual o que você acredita  ser o certo ou o errado?
- Não desistindo de falar e num certo momento e de certa forma não mais me cobrando...
- E deixando você viver sua vida, não é?
- Sim, é isso mesmo.
- Assim somos nós, aqui, filho. Sabemos dos erros de cada um e posso dizer, pouco importa, pois cada qual sabe do seu calo e vez por outra os lembramos disso, na maioria do tempo procuramos acalentar o coração desses milhares de filhos de Olorum que ainda frágeis se encontram na vida e que precisam mais de um amigo a escutar suas lamentações e esse amigos prestativo tentar ajudá-los como for possível, sem cobrar nada, sem esperar nada, sem sermão, sem repreensão. Pois precisam apenas de liberdade orientada e assim, filho, cada qual no seu devido tempo entenderá o que ontem não entendeu e passo a passo vão se organizando e melhorando sua vida por atitudes e conceitos.
- Compreendo senhor, mas o que isto tem a ver com a religiosidade e a falta de senso daqueles que tomam seu passe e vão correndo embora.
- Tem tudo a ver filho, primeiro desarme seu coração e não tome em suas mãos a necessidade de impor qualquer coisa que seja a ninguém.
- Desculpe..
- Religiosidade não é algo que se imponha, é um sentimento que nasce, brota na alma do indivíduo e o toma por completo. Religiosidade é um sentimento muito próximo do que entendemos sobre o amor. Você ama por convencimento ou por que te impuseram algo? Isto é religiosidade! Amar sem saber, sem explicar, sem entender, simplesmente o coração diz que é bom e melhor é estar perto.
- E o conhecimento?
- Vem depois filho, respeitando também o tempo de cada um...
A necessidade de dominar racionalmente aquilo que se ama é algo natural, pois senão, com o tempo virão as desconfianças.
- É certo isso senhor, amo a Umbanda porque a entendo.
- Também não esqueça que entende a sua maneira, existem outras formas de entendê-la. Vamos falar do que há do lado de lá da cerca.
Filho, a Umbanda é sim, uma religião, tem sua liturgia, sua doutrina, seus preceitos e um caminho de religar o ser ao SUPREMO. Ela, como manifestação da compaixão divina, não ajuda somente seus filhos, nela todos que recorrem podem ser beneficiados. Claro, que de acordo com o coração e a lei de Olorum. Ela não exige conversão, não exige classe social, enfim não há pré-requisito para a Umbanda ajudar ao próximo. Quando falo Umbanda, já estou falando dos milhares de Espíritos Guia que a formam.
- Assim falou o Senhor 7 Encruzilhadas.
- Sim, ele falou e você parece ter esquecido.
- Não é isso, Senhor.
- Aquela cerca existe para que você nunca esqueça disto e não invente nada inovador e ousado quando se tratar do que já está certo e funcional.
(Risos)
Do lado de lá da cerca, poucos pares querem estar aqui (Do lado de cá.)
E sabe por quê?
- Não
- Porque não desenvolveram ainda a religiosidade, aquele sentimento de amor que eu acabei de falar.
- Entendo, e o que fazer então?
- Primeiro, tirar a ideia de que todos aqui dentro devem ter religiosidade (Amor a religião) Umbandista e aceitar que toda Tenda, Templo, Terreiro de Umbanda que são portas abertas de coração de Olorum, que aguarda seus filhos amorosamente para lhes escutar e lhes beneficiar no que for preciso.
- Ah, senhor isso me é confuso e contraditório.
- Não é não. Basta abrir seus olhos e lembre-se de quando e como conheceu a Umbanda. O que ela cobrou de você?
- Nada!
- E hoje está aqui, amando-a.
- Sim, e ainda não me cobra nada, sou Umbandista porque sou livre, senhor.
- Liberdade, filho, é disto que estou lhe falando. Deixamos todos livres para que possa Caminhar, Tropeçar, Construir e juntos vamos ensinando, aprendendo e mutuamente crescendo.
- Preciso de sabedoria meu pai.
- Também não se compra... Simplesmente acontece.
(Risos)
- Claro que cada Templo deve ter suas normas de Ordem, Conduta e Preceitos, mas isto é individual e interno. O que cada um faz no coração dia a dia é problema de cada um.
- Entendo.
- Umbanda sempre foi e sempre será para o lado de lá da cerca, um pronto socorro de almas, meu filho. Já foi num pronto socorro?
- Sim.
- Acaso o médico, após te atender, pediu que ficasse lhe esperando até o expediente terminar?
- (RISOS) Não, não.
- E após o atendimento correu para o seu lar, não é?
- Sim, é isso mesmo.
- Assim, querendo ou não, é como funciona a dinâmica de atendimentos na Umbanda, todos são atendidos, serão auxiliados sim, dentro do possível mesmo que ele nada faça por "Merecer", porque merecimento é algo mais complicado do que sua curta capacidade de julgo pode compreender, filho amado. E ao fim de que um trabalho espiritual, todos aqui podem retornar as suas casas certos de que cumpriram mais uma vez suas "Obrigações". E sabe? Aqueles poucos que ficam ali, aguardando o fim da sessão, estão esperando alguém e outros mais.
Poucos estão percebendo que um sentimento está envolvendo seu coração, amanhã poderá chamar de religiosidade.
- Senhor, estou envergonhado...
- Sabe quem é o religioso nesta história?
- Quem?
- Os que estão do lado de cá da cerca. Acaso brotaram do nada aqui?
Ou um dia estiveram do lado de lá?
- Vieram de lá, senhor.
- Muito bem, e num momentos deles, cada qual com seu, percebemos que seria a Umbanda, a religião, um caminho de irem ao encontro de Deus Olorum, fatalmente precisaram estar do lado de cá, para condicionar, ordenar e movimentar sua religiosidade que já não cabia do lado de lá.
- Compreendo, senhor. É certo que não me imagino do lado de lá.
- Certo também é que um dia esteve do lado de lá.
- Sim. Então filho, ainda resta alguma dúvida?
- Me resta vergonha, senhor!
- Não se envergonhe filho, sua curiosidade e sua petulância é o motivo que nos une, enquanto perguntar saberá que é um eterno aprendiz e me será útil, quando não mais perguntar terá se perdido e eu não terei em você nenhuma utilidade.
- Nossa!... Desculpe... Já não sei o que dizer...
- Então cala teu coração e vive o amor religioso que tens, transbordando-o para todos, para alimentar cada faísca que houver no coração de cada um e antes de pensar que não precisam mais de você compreendo que nossa conversa é a dúvida de muitos e nossa reflexões servirão a todos.
- Umbanda é assim, tão simples e tão complicada, um paradoxo divino, será eternas as interpretações pessoais sobre ela e sua dinâmica, no entanto, nós, por amor, vamos nos adequando aos limites de cada qual porque o que vale é estar entre nossos irmãos encarnados. Onde houver um coração a nos receber, lá estaremos do jeito que for, pois se estivermos perto sabemos que lentamente podemos ajudar este coração para o caminho da independência e da liberdade espiritual. Assim foi com você e com todos os milhares de mediadores espalhados pelos milhares de terreiros que da sua forma peculiar levam a bandeira da Umbanda, como boa nova a todas as famílias, Bandeira esta que é Branca, sem nome, sem símbolo, branca porque é cristalina, é a fé na vida de todos. Agora, fique em paz!


Saravá Umbanda.